Por Mayra Ricarte

A parceria entre os governos do Brasil e do Reino Unido, consolidada durante a COP29 em Baku, no Azerbaijão, trouxe à tona a importância de ações conjuntas para a transição energética e a descarbonização da indústria. Essa cooperação internacional, que inclui o desenvolvimento do hub de descarbonização, visa implementar tecnologias de baixo carbono e energia limpa, como biocombustíveis, hidrogênio sustentável e minerais estratégicos. Nesse cenário, os técnicos e técnicas industriais assumem um papel essencial para transformar diretrizes em soluções práticas e eficientes.

Profissões técnicas fundamentais para a transição energética

Para que o Brasil avance no processo de descarbonização, profissionais técnicos são indispensáveis em diversas etapas, desde a concepção até a execução de projetos sustentáveis. Algumas áreas de atuação se destacam por sua relevância nesse contexto:

• Técnico (a) em Biocombustíveis: Responsável pelo desenvolvimento e operação de processos para produção de combustíveis renováveis, como etanol, biodiesel e biogás, contribuindo diretamente para a redução de emissões de gases de efeito estufa;

• Técnico (a) em Meio Ambiente: Atua no controle e mitigação de impactos ambientais, promovendo o uso sustentável de recursos naturais e implementando práticas de gestão de resíduos, fundamentais para reduzir a poluição e contribuir com a preservação ambiental;

• Técnico (a) em Sistemas de Energia Renovável: Especializado na instalação e manutenção de sistemas de energia solar, eólica e outras fontes renováveis, esse profissional é essencial para garantir o funcionamento eficiente e seguro das tecnologias que lideram a transição energética.

A importância dos (as) técnicos (as) no setor industrial

O Brasil enfrenta desafios significativos no processo de descarbonizar segmentos industriais de difícil adaptação, como o aço, o cimento e os petroquímicos. Nesse contexto, os (as) técnicos (as) industriais são peças-chave para modernizar processos, implementar tecnologias inovadoras e garantir a eficiência energética. “Os profissionais da indústria são os agentes que fazem a ponte entre a teoria das políticas públicas e a prática nas linhas de produção, assegurando que a transição para uma economia de baixo carbono ocorra de forma segura e eficaz”, afirma Marcelo Guimarães, presidente do CRT-01.

Além disso, a sustentabilidade na transição energética inclui a destinação correta de tecnologias ao final de sua vida útil, como painéis solares e turbinas eólicas. Técnicos capacitados, como os de Sistemas de Energia Renovável e Meio Ambiente, são essenciais para implementar soluções de economia circular, garantindo o reaproveitamento de materiais e a redução de resíduos.

CRT-01: fortalecendo a capacitação técnica

O Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 1ª Região (CRT-01) desempenha um papel crucial na valorização e capacitação dos profissionais técnicos. Com foco em biocombustíveis, energia renovável e gestão ambiental, o CRT-01 promove iniciativas que conectam os técnicos industriais às demandas da indústria moderna, preparando-os para os desafios da descarbonização e da sustentabilidade.

A transição para uma economia de baixo carbono é uma exigência ambiental e também uma oportunidade de colocar os (as) técnicos (as) industriais como protagonistas dessa transformação. Profissões como Técnico em Biocombustíveis, Técnico em Meio Ambiente e Técnico em Sistemas de Energia Renovável são o futuro da indústria sustentável.

Um futuro promissor

Com a experiência do Brasil em energias renováveis e o apoio técnico e financeiro do Reino Unido, o hub de descarbonização projeta um cenário otimista para o desenvolvimento de soluções inovadoras. A participação dos técnicos industriais nesse processo será indispensável para que o país assuma uma posição de liderança global na sustentabilidade, reforçando seu papel como referência para o Sul Global.

O CRT-01 continuará apoiando e capacitando os (as) técnicos (as) industriais para que estejam preparados para atuar de forma decisiva no desenvolvimento de um futuro mais sustentável e na consolidação do Brasil como um modelo de transição energética e inovação ambiental.